Literatura portuguesa

Literatura portuguesa gy liliangabriclada Ac•Ka6pR 03, 2010 II pagos LITERATURA PORTUGUESA 3 Do ponto de vista teórico, quais São os principais pontos de ruptura entre o Romantismo e o Classicismo? Quais foram as razões fundamentais dessas rupturas? Considere para o propósito o tema «ROMANTISMO: UMA ESTETICA DA LIRBEDADE». Dos aspectos teóricos passe a exemplificar com autores e obras em geral, procurando, entretanto, destacar escritores portugueses, centrando a sua atenção em Almeida Garret, Camilo e Herculano.

Antes de esclarecermos quais São os principais pontos e ruptura entre o Romantismo, século XIX, e o Classicismo, século WIII, é importante ex or os seus res ectivcs contextos históricos, pois, os m pre acompanham PACE 1 ori 1 as transformações s Sv. ipe to View complementares e si artística representa u Com o Classicismo e ndi veis, inseparáveis, ada manifestação tórico diferente. foi diferente, pois o contexto histórico e social do qual emergem originou dois movimentos literários com características extremamente próprias e diferentes.

O Classicismo é um estilo que se alimentou na força dominante da de mundo do século XVIII, o racionalismo, ue intensifica o fervilhar de idéias nos movimentos filosóficos e artísticos. Este movimento estético teve como principal referência histórica e ideológica o Iluminismo, ou seja,

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teve sua origem numa época que ficou conhecida como século das Luzes. As idéias de Voltaire, Diderot e de vários Enciclopedistas possuíam a idéia de «libertação» contra uma espécie de obscuridade, de atraso e de ignorancia Swlpe to vlew nexr page ignorancia, que para eles, estava mergulhada a Europa durante a Idade Média.

O Racionalismo, tão cultuado pelos Iluministas, conseguiu seu apogeu durante o Renascimento. Neste período, houve a redescoberta da cultura Greco-l_atina, e consequentemente do paganismo, com a valorização de suas produções intelectuais e artísticas. A retomada destes padrões pelo Classicismo gerou uma padronizaçao no que diz respeito à maneira de compor as produções artísticas. O canon imposto pelos clássicos se espalhou praticamente por toda a Europa. Já o Romantismo foi um movimento histórico e cultural que ocorreu na Europa no final do século XVIII, inicialmente na Alemanha e Inglaterra.

Logo depois chegou à França e se espalhou por toda Europa, e pela América. A Revolução Industrial que alterou as relações comerciais e de trabalho e a Revolução Francesa, 1789, que eleva a burguesia ao poder e provoca a derrocada do Absolutismo deram uma enorme força e um vigoroso impulso ao Romantismo, pois trouxeram para o homem da época uma nova forma de olhar a realidade. O Romantismo é considerado muito mais do que uma escola artistica, pois ele foi um reflexo de um período de grandes mudanças sociais, políticas e culturais.

Como disse o historiador Nelson Wernwck Sodré: O advento do romantismo, pois, só tem uma explicação clara e profunda, a explicação objetiva, uando subordinada ao quadro histórico em que se processou. » Sendo assim, podemos dizer que os contextos históricos supracitados, assim como a ideologia e visão de mundo de cada momento foram umas das razões fundamentais das rupturas do Romantismo com o Classicismo. O Romantismo é, antes de tudor um moviment O Romantismo é, antes de tudor um movimento de oposição veemente ao Classicismo.

Ou seja, representa uma ruptura ás regras, ¿s normas e ás convençbes classicistas. Mas para entendermos como se deu essa ruptura se faz necessário sabermos quais eram as regras, as normas e as convenções ue o Classicismo pregava. Ou seja, é preciso saber: No que se baseou tao fechada estética literária? Quais São os seus principais princ[pios? Seus princ[pios fundamentais eram a clareza, a racionalidade, a objetividade, a lucidez, a ordem, o equilibrio, o comedimento, a serenidade, como também, o caráter Apolíneo.

Todos estes principios convergem para uma harmonia universal, que segundo os classicistas, todas as obras devenam possuir. No tocante a Natureza o escritor deve apenas imitá-la, ou seja, obedece a uma realidade fechada da arte que é regida pelas leis da Poética classicista normativa. Outro ponto importante é a questão dos sentimentos, pois, o poeta estará sempre cercado de rigor, tendo que buscar o disciplinamento dos impulsos (comedimento), a sua fantasia e imaginação devem estar subordinadas à razão.

Neste sentido, fica fácil entender porque o autor classicista nao «aparece nas obras», ou seja, o autor deixa de exprimir-se, pols, as obras se tornam algo objetivo, fechado. Consequentemente, este tipo de restrições nao permitem a individualidade_ O ideal é ser geral, ser típico. O autor torna- se um anônimo que trabalha conformado e ajustado as regras stabelecidas. Nao podemos deixar de ressaltar que no Classicismo as artes sofrem uma séria separação, pois, a mistura entre elas é considerada um sério defeito.

Esta separação é vist séria separação, pois, a mistura entre elas é considerada um sério defeito. Esta separação é vista na Literatura através dos gêneros, pois, cada um deve obedecer aos seus próprios padrões. Um não pode misturar-se com o outro. Se isto acontecer, a obra perde o valor que porventura alcançaria se estivesse limitada a apenas um genero. A poesia do Classicismo também deveria seguir regras. A nova aneira de escrever ficou conhecida como doce estilo nova, ou em italiano dolce Stil nuovo.

Os sonetos deveriam ser escritos em versos decassílabos distribuídos em duas quadras e dois tercetos, e deveriam seguir a lógica aristotélica de tese, 10 estrofe, antítese, 20 estrofe, e síntese 30 e 40 estrofes. Sob influência da cultura pagá, os classicistas recuperaram formas poéticas fixas como a ode, a elegia, a epístola, a écloga, a sextilha, a canção e o ditirambo. A epopéia, a poesia lírica, a poesia pastoral e o drama também seguiam a regra canônica. Quanto à linguagem, os classicistas utilizavam uma linguagem ebuscada, com o uso controlado dos adjetivos e das figuras de linguagem.

A mulher e o amor eram idealizados racionalmente. A respeito dos temas clássicos podemos dizer que eram bastante simples e universais, tais como o amor, o casamento, a morte e etc. posto todo c¿non Clássico, podemos agora entender ao que esta estética libertária chamada Romantismo se propõe. Pois os românticos vão pregar a inexistência de uma forma única, ou seja, como Victor Hugor (Apud: Prefácio Odes e baladas-1822-28) dizia desde o princípio a poesia não está na forma das idéias, as nelas próprias. É a poética romântica que vai ser capaz de expressar o eu – lírico idéias, mas nelas próprias. ? a poética romântica que vai ser capaz de expressar o eu – lirico na sua subjetividade e incompletude. Pois não se trata mais de um homem que sabe lidar com regras, um «engenhoso», mas sim um gênio romantico que cria de forma espontanea. Sua obra surge de uma expressão autentica e sincera que nao precisa ser regida por regras e nem limitada por critérios de perfeiçao. Consequentemente o valor da obra transfere-se da objetividade e formalidade nela contida, omo no Classicismo, e passar a residir na subjetividade do autor.

Essa transferência dá relevo à biografia sentimental do poeta. Ou seja, muitas vezes, a obra tende a ser confundida com o autor, que agora se mostra, se exprime. Fica evidente, que esta idéia de genio romantica, resume todos os principios e desejos do Romantismo, pois ela representa a liberdade que os rom¿nticos tanto queriam porque o gênio não vai se limitar as regras, ele se nega a seguir modelos, ou seja, as «amarras classicistas» São «cortadas» e procura-se criar de modo livre, expressando-se de maneira intensa a emocionalidade.

A razão dá lugar à emoção. A esta altura podemos estabelecer certos principios do Romantismo, como a indisciplina, a subjetividade, a emoção, a desarmonia, as paixbes e o indivldualismo não só o artistico, mas também o étnico, social, nacional e ideológico. Este individualismo exacerbado pode ser visto na obra Folhas Caídas- Almeida Garret. O poeta romantico é muito egocêntrico, pois vive em uma sociedade que deixa de lado o coletivo, tendo em vista que o sistema Capitalista é completamente competitivo e individualista.

Nele o «eu» tem maior importancia que o «outro». Este «eu» quan ompetitivo e individualista. Nele o «eu» tem maior importancia que o «outro». Este «eu» quando vai à busca de sua identidade encontra-a em seu poyo, em sua sociedade. Um dos motivos pelos quais os poetas romanticos escreviam em suas obras termos usados pelo povo, resgatando muitas vezes lendas e ditos populares.

Garret e Herculano apresentaram fortemente essa característica em suas obras, pois o primeiro tinha como projeto criar uma literatura nacional, inspirada nas tradições locais, e o segundo escreveu romances históricos, como Eurico, o presbítero, que tem a idade média como plano histórico. Esta aproximação popular vai provocar o surgimento de um público consumidor. No que diz respeito à linguagem, esta era quase sempre permeada de muitas adjetivações e figuras de linguagem.

A mulher e o amor eram idealizados sentimentalmente e subjetivamente. No tocante a natureza, ela deixa de ser simplesmente imitada, e passa fazer parte da obra como sendo o espelho da alma do artista. O autor nao precisa conter-se e controlar, ou esconder seus sentimentos. Quanto ao conteúdo os românticos cultivavam o nacionalismo, que se manifestava na exaltação da natureza pátria, o retorno ao passado histórico e na criação do herói nacional.

Como é o caso da obra Lendas e Narrativas de Herculano, onde sao valorizados os mitos e o folclore nacional. Da exaltaçao do passado histórico nasce o culto a Idade Média, que além de representar as glórias e tradiçóes do passado, também vem negar alguns dos valores da Antiguidade Clássica, como o paganismo. Assiste-se, dessa forma, a uma comunhão entre Poesia, Deus e Pátria; «Deus à poesia deu por alvo a p uma comunhão entre Poesia, Deus e Pátria; «Deus à poesia deu por alvo a pátria, Deu a glória e a virtude.

Alexandre Herculano Esteticamente o Romantismo também se opunha ao Classicismo no que diz respeito à versificação. Os românticos proclamavam a libertação estilística, a versificação mais popularizante e variada, o verso livre, sem métrica e sem estrofação, e o verso branco sem rima. Também podemos citar como caracteristicas marcantes: a pontuação expressiva, o abandono da retórica grega, a fusão de gêneros, o espirito declamatório e a justaposição do grotesco e do sublime.

Podemos então, fazer o seguinte paralelo entre estes dois movimentos: Classicismo Objetividade Formas Fixas I Disciplina Antropocentrismo I Comedimento I Clareza Paganismo Antiguidade I Greco-l_atina Geral, universal Erudição Elitização Romantismo Subjetividade Formas variadas I Liberdade Egocentrismo I Evasão I Mistério I Cristianismo Idade Média Particular, individual I Folclore IMotivos populares 10 amor e a mulher idealizados 10 1 I Motivos populares 10 amor e a mulher idealizados 10 amor e a mulher idealizados Isentimental e subjetivamente.

Em Portugal, o romantismo surgiu num período bastante conturbado, a Corte de D. Joao VI muda-se de Portugal para o Brasil, fugindo da invasão francesa. Após algum tempo precisa retornar para o seu pa[s, deixando D. Pedro I na colônia, como regente. Devido à pressão exercida pela elite brasileira, D. Pedro I proclama a independência do Brasil em sete de setembro de 1822. Com a independência brasileira a burguesia portuguesa é totalmente atingida, pois vivia da exportaç¿o para o mercado brasileiro.

Na política, acontece a Revolução de 1820 que elevou os liberais portugueses ao poder. Essa Revoluçao, influenciada pela Revolução Francesa, buscava a criação de uma Constituição, ireito de participação política do cidadáo, entre outros; ela consolidou-se por volta de 1834, parém a alternancia de poder entre liberais e absolutistas, perdurou durante vários anos, provocando o exilio de diversos autores portugueses. O exílio proporcionou aos artistas portugueses o conhecimento do Romantismo vigente na Europa.

Esta nova estética libertária foi trazida a Portugal pela mao de um revoltado liberal de 1820: Almeida Garret com o poema Camões, publicado em 1825, em Paris. O Romantismo português se divide em três fases. A primeira consiste na tentativa de consolidação do Romantismo em Portugal, através do nacionalismo e das preocupações históricas e políticas, nessa fase os artistas ainda estavam ligados aos moldes classlcistas. São represent nessa fase os artistas ainda estavam ligados aos moldes classicistas.

São representantes desta fase Almeida Garret, Alexandre Herculano e Antônio Feliciano de Castilho. Almeida Garret foi urn homem totalmente envolvldo com os acontecimentos de seu país, a ponto de ter que exilar-se na Inglaterra de onde adquiriu grande bagagem literária. Garret foi um artista que apresenta uma lenta e gradual evoluçao no Romantismo, sendo Folhas Caídas, construido no fim de sua vida, a obra mais verdadeiramente romântica. Mesmo estando, de certa forma, preso a algumas das normatividades classicistas, Garret constrói um teatro nacional com um repertório apropriado e utiliza o drama.

Gênero criado no romantismo que é uma junção da comédia e da tragédia. Acreditava em uma arte engajada pela qual o teatro ensinaria o povo. Na novela tiveram destaque duas obras: O arco de Sant ‘ Ana e Viagens na minha Terra, sendo a primeira histórica e a segunda contemporânea. Em ambos os romances Garret utiliza uma inguagem popular, tornando-a mais familiar ao leitor português. Ainda podemos perceber um comprometimento politico em Viagens na minha Terra e certas conotações políticas em O arco de Sant Ana. ? na lírica que vai expressar a verdadeira poesia romântica. Em Flores e Frutos ainda pode ser visto um pouco da influencia neoclássica, há ainda muitas poesias com os metros árcades, trata-se de uma poesia de transição; já em Folhas Caídas é deixada de lado a linguagem erudita do Classicismo e assumido a coloquialidade popular, é deixado às formas de modelos clássicos or estrofes e rimas mais próximas da realidade popular, como a quadra e a redondilha. Alexandre Herculano foi mais próximas da realidade popular, como a quadra e a redondilha.

Alexandre Herculano foi um poeta que, diferente de Garret, desde as suas primeiras obras literárias apresentou características românticas, como disse Saraiva e Lopes (1989): «Herculano nunca se afastou do tipo de poesía defendido na sua mais antiga composiçáo conhecida». Assim como Vitor Hugo, acreditou em uma arte social, ou seja, uma arte que fosse engajada, que se preocupasse com o público, e entào construiu ma arte com função pública, uma arte que tinha como uma de suas funçóes doutrinar o povo. Destacou-se como historiador, o que influenciará em suas obras literárias.

Herculano introduziu o género romance em Portugal Seus romances apresentam, entre outras, temática religiosa, como a violação dos mandamentos divinos, por exemplo. Seus personagens encontram-se em um dos dois extremos do sagrado, sao encarnações, anjos ou diabos. A segunda fase do Romantismo diverge da anterior, pois os artistas já estão totalmente libertos dos ideais clássicos. Agora o poeta tem a liberdade para expressar completamente s conceitos do Romantismo, com isso passam a ser ultra- românicos, cultivando o tédio, a melancolla, o grotesco, o exagero, entre outros.

Essa fase é representada por Camilo Castelo Branco e os ultra-românticos: João de Lemos, Bulhão Pato, Luis Augusto Palmeirim, entre outros. Camilo Castelo granco foi um poeta que teve uma vida conturbada e isso será um reflexo em sua obra, cultivou a novela histórica, a satírica, a de aventuras e a passional. Seus personagens possuíam sentimentos incendiários e impetuosos, onde prevaleciam as razões do coração. Camilo construía suas obras obs